domingo, 13 de dezembro de 2015

03. Ajuda de Inuyasha

  Felizmente, Inuyasha passava por lá quando a batalha se iniciou. Contrariado, mas sem ter alternativa, recrutou o irmão mais novo dele para cuidar e proteger Kiara enquanto ele lutava. Não era exatamente o que Inuyasha queria, mas ele teve que se satisfazer de qualquer forma, pois defender a sacerdotisa era algo de extrema importância.
  Assim que Sesshoumaru voltou para o chão, entregou a menina aos cuidados do meio-youkai e se empenhou em lutar contra Natsumi. As serviçais da sereia tentaram atacar Inuyasha a todo o custo, mas não obtiveram sucesso, pois a espada dele, Tessaiga, era mais forte do que o poder delas, mas elas ameaçavam o rapaz, pois estavam em maior número.
- Hei, Sesshoumaru! Estou precisando de uma mão aqui!
- Meio-youkai imprestável! Eu pedi a tua ajuda para cuidar de Kiara e eu também terei que me preocupar com você? Se você não percebeu, eu estou mais ocupado do que você. Elas são sereias idiotas, use a ferida do vento contra elas.
- Eu tentei, mas não adianta!

  Sesshoumaru suspirou profundamente, mas não se empenhou em ajudar o irmão. Natsumi estava ficando fraca e decidiu voar para longe, a fim de se revitalizar. O youkai a perseguiu, deixando Inuyasha com Kiara no lago.
- Sesshoumaru! Você vai perseguir aquela coisa? Ela certamente vai morrer!
- Eu nunca deixo um serviço inacabado para trás. Cuide de Kiara enquanto isso... Se não o fizer, eu te mato.
- Não precisa ameaçar! Ela está fugindo, acho melhor você ir logo atrás dela.


 Ele não deu mais atenção para o irmão, se transformou e perseguiu a rival até uma densa floresta, onde algo lhe seria revelado.

02. A Transformação da Sereia

        Alguns dias depois, Sesshoumaru leva Kiara até o lago onde ele tinha enfrentado a sereia que estava supostamente morta. Era um lindo dia de primavera e o casal estava contente sob a sombra de uma árvore de cerejeira apreciando o canto dos pássaros e as borboletas que passavam por lá.

       Logo, o mesmo canto que o youkai ouviu ecoa novamente pelo jardim. Sesshoumaru ficou preocupado, pois a única pessoa que poderia emitir aquele canto era a sereia Natsumi. Aproximou-se da margem e viu-a emergir da água.
        Estava desarmada quando se aproximou da margem, apenas tinha a coroa na cabeça e uma expressão pacata no rosto. Tinha uma faixa no peito, que encobria o ferimento causado por Sesshoumaru. Ela olhou diretamente para Kiara e fez a garota desmaiar.
- Agora, a garota terá um fim digno, cuidarei de você maus tarde...

        Preocupado, o youkai percebeu que era uma armadilha e pegou a sacerdotisa no colo, carregando-a para o alto, próximo das nuvens. Porém, algo pegou Sesshoumaru de surpresa, pois Natsumi saiu da água e se transformou para poder perseguir o rapaz.
- O quê? Como você conseguiu se transformar?
- Eu tenho o poder de assumir a forma que eu quiser pelo simples fato de eu ser a rainha das águas. Deixe essa menina e venha comigo, Sesshoumaru, esta é a minha última oferta.
- Eu não me tornarei teu marido, desista, Natsumi.

- Já que é assim, não tenho alternativa a não ser acabar com você, sinto muito. Se você não for meu, não será de mais ninguém.

01. A Promessa de Natsumi

- Princesa Natsumi! Finalmente a senhora acordou! Está tudo bem?       

- Sim, não se preocupe comigo. Onde está Sesshoumaru?
- Ele voltou para o castelo dele, senhora.

  Natsumi nadou até a superfície e sentou-se na margem mais alta do lago e ficou apreciando a noite. Os olhos brilhantes e úmidos, vidrados em uma imagem que aparecia apenas na mente dela. Uma das serviçais, que era a melhor amiga dela apareceu para trazer os acessórios que ela gostava de colocar quando ficava daquele jeito: um kimono e uma flauta, pois era o que a fazia se sentir humana.
- Você está bem?
- Se eu estivesse não estaria aqui em cima pensando naquele youkai.
- Ele assassinou a senhora Rina e quase te matou, esqueça-o, não vale a pena desperdiçar teus suspiros com ele.
- Você não entende... O modo como ele age, o rosto dele, a força física, tudo isso influencia uma mulher a se apaixonar por ele... No final isso se transformou numa grande ironia: nós sereias devíamos encantar as demais criaturas e uma sereia acabou sendo encantada.

   Ela vestiu o kimono e tocou a flauta por alguns instantes. Era evidente a tristeza dela a cada nota da flauta. Parou de tocar e disse, olhando para o céu:

- Sesshoumaru será meu marido, nem que seja apenas por um dia, mas ele será.

Prólogo: Retorno para casa

 Sesshoumaru retornou para o castelo no dia seguinte já sabendo que ele tinha uma força oculta que apenas seria libertada se ele abandonasse os sentimentos pelos humanos. Kiara ficou extremamente feliz; correu ao encontro do marido e o recepcionou com carinho. Ele, por sua vez, pegou a garota no colo e passou o restante do dia com ela, contando todas as proezas dele.


 Porém, ele não contou sobre o que realmente aconteceu no lago; ele não disse que Natsumi foi derrotada por conta de que ele se esqueceu dos sentimentos por Kiara. Aquilo ainda estava na mente dele e se recusava a sair, deixando ele algumas noites em claro, pensando na possibilidade da sereia ainda estar viva.
- Sesshoumaru, meu bem, há algo errado?
- Não, minha querida, eu apenas estou sem sono.
- Aquelas batalhas ainda estão mexendo com você, não é mesmo? Ou será que é o encanto da sereia?

 Ele sorriu para ela e respondeu, encostando o rosto dele no topo da cabeça dela:
- Não é encanto de sereia, apenas estou surpreso por pessoas que eu nunca vi antes saberem tanto de minha vida.

- Não se importe com isso, querido, se eles sabem é mais um motivo para você mostrar que você não é fraco, Você é extremamente forte disso eu tenho certeza. 

Tsunami de Sentimentos


Epílogo: A morte da princesa Natsumi

 - Ouvi dizer que ela foi enforcada pelas cordas da lira do filho de Akane, por isso achei que você estava aqui pensando nela.
- Eu cortei as cordas antes que elas enforcassem Kiara. Passar bem, eu não tenho tempo para desperdiçar conversando.

 Quando eu ia embora, ela novamente lançou o tridente na minha direção. Desviei dele e saquei minha arma, a espada Tokijin. Eu estava pronto para atacá-la, mas ela teve tempo de tramar um golpe sujo tomando a forma idêntica a de minha esposa, Kiara; era uma imagem perfeita, os olhos, os cabelos, a voz e até a maneira como ela falava comigo era idêntica a da original.

- Sesshoumaru, meu bem, você teria coragem de levantar a espada contra mim, tua adorada esposa? Eu pensava que você me amava, Sesshoumaru. Você não me ama mais, é isso? – os olhos dela estavam chorosos, assim como a voz, que dava ainda mais realidade àquela farsa.
- Você acha que pode me enganar com essa farsa?
- Eu sei que não, mas eu tenho a capacidade de entrar na mente das pessoas e explorar cada fala e cada aspecto da pessoa que é importante para a minha vítima, esteja esta pessoa viva ou morta. A imagem de Kiara afeta diretamente tua mente sobre o fato de me atacar, pois mesmo sabendo que eu não sou a verdadeira, seria imperdoável ferir alguém que possuísse a imagem dela. Ainda mais você que agora se tornou tão sentimental.

  Eu não poderia ouvir mais provocações daquela maldita sereia. Mesmo sendo verdade o fato de que eu não poderia ferir a imagem da minha esposa, eu não poderia ouvir mais provocações dela. Naquele momento, me esqueci por um instante da imagem de Kiara e ataquei a sereia sem piedade, lançando a Tokijin no coração dela.
- Você não poderá escapar de mim, Sesshoumaru. Eu vou ter você ao meu lado mais cedo ou mais tarde, ou o meu nome não é Natsumi Shiyuki.


 Não dei ouvidos ao que ela disse. Finalmente eu percebi que eu não precisava me fortalecer mais, que eu sempre estive forte, mas meus sentimentos não permitiam que essa força aparecesse por completo, como aconteceu naquela hora.

10. Doce Canção

Naquele mesmo momento, um canto doce e melodioso surgiu de repente. Fiquei admirado com a beleza do som e me aproximei para perto do lago. Sutilmente, o canto foi ficando mais claro e alto conforme as águas se agitavam lentamente e uma figura vestida de azul escuro emergiu da água para uma pedra que ficava próxima da margem. Era uma sereia, armada com um tridente prateado e uma coroa na cabeça. Aparentemente, ela não tinha percebido minha presença e quando me olhou parou de cantar e com isso várias outras sereias emergiram das profundezas e tentaram me puxar para a água.
 Aquela primeira sereia atirou o tridente dela contra mim exatamente na direção do meu peito, na altura certa do meu coração. Segurei o tridente que vinha a toda velocidade e o lancei contra a criatura novamente, que se esquivou por um fio de ser atingida. Ela nadou até a margem e eu dei um passo para trás. Percebendo meu movimento ela disse:
- Você é rápido. Um humano qualquer não teria escapado do meu tridente, muito menos ser capaz de segura-lo antes de ser atingido... Olhando de perto, estou me recordando: você é um youkai, certo? O príncipe Sesshoumaru que desperdiçou seu poderoso veneno nas veias daquela humana, a sacerdotisa Kiara, estou correta?
- Essa é a primeira vez que nos encontramos; eu não sei nada sobre tua vida, mas você parece saber muito da minha. Quem te contou tudo isso?
- Venho te acompanhando desde quando minha irmã mais velha, Rina Shiyuki foi morta por você. E admito que ela não estava errada em ter se apaixonado por você...

  Eu tentava procurar alguma semelhança entre elas, mas não eram parecidas nem um pouco. Uma era completamente diferente da outra.
- Quer dizer que Rina era tua irmã? Mas vocês não são parecidas em nada.
- Tem razão. Ela era humana e o desgosto da família por parte de minha mãe... Eu era a única que apoiava Rina, pois minha mãe não entendia que ela não era culpada por ter sido resultado de uma relação entre ela e um humano e com isso ela se apaixonou por você e quis ser tua esposa a todo o custo. Ela deveria ter sido a rainha das sereias no meu lugar, mas com a morte dela eu assumi o controle de tudo.
- Meus pêsames, sinto muito. Eu não tenho tempo para desperdiçar prolongando esta conversa, até breve.
- Espere! Eu também tenho que te dar os pêsames pela morte de tua esposa e lhe propor algo que certamente será de teu agrado: você pode ser o meu marido e governar também o mundo subaquático.

  Olhei para ela com surpresa e respondi, rispidamente:
- Minha mulher está viva e a salvo no meu castelo. Mesmo que eu estivesse sozinho eu nunca aceitaria viver com outra mulher, nem se ela fosse a rainha das águas, portanto, não diga tolices.